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O Sonho de ser Piloto Aviador

21/09/2011

Senhores sei que muitas histórias como a minha já foram contadas aqui, porém essa é especial para mim, pois é um testemunho da verdade de parte de minha vida. Muito cedo, por volta de meus 10 anos, comecei a visitar o Aeroclube de minha cidade, que na época era em Carazinho-RS. Minha residência era bem perto e por isso sempre conseguia dar uma escapada e ir olhar aquelas máquinas maravilhosas que sempre passavam “roncando”em cima de minha casa.Ficava horas olhando de longe, meio tímido, escondido com medo que o pessoal dos hangares me vissem e me mandassem embora, pois era apenas um guri e tudo aquilo era muito especial para mim, por isso ficava “na moita” somente espreitando e observando. Um dia tomei coragem e fui mais perto dos aviões ali estacionados, fiquei emocionado quando pude tocar naquele Paulistinha (PP-GVH), olhar para dentro, ver aqueles relógios no painel que eram muito diferentes de um automóvel, porém, para mim, eram familiares. Isso aconteceu por volta de 1979. Sempre fiquei com vontade de aprender a pilotar uma daquelas máquinas, porém era muito jovem na época e com isso, ficava somente observando e ouvindo o que os pilotos conversavam e depois tentava entender o que eles discutiam nas conversas de hangar. O tempo passou e por volta de 1986, já com 17 anos, consegui entrar no curso de Brevê no Aeroclube de Carazinho, uma vez que já trabalhava e podia custear o curso teórico. Fiz todas as aulas das matérias teóricas, prestei prova em Canoas, fiquei em segunda época (reprovei em Meteorologia). Após, por motivos financeiros, não consegui prestar a prova de recuperação na matéria que havia reprovado, perdendo a oportunidade de me tornar um Piloto Aviador. Tentei prestar serviço militar na Aeronáutica de Canoas e Santa Maria, onde as respostas sempre eram as mesmas, já tinham o efetivo completo, portanto estavam me dispensando do serviço Militar. A vida tomou outros rumos, faculdade, foco na profissão, família, enfim, tudo aquilo que um homem de bem espera da vida, mas nunca consegui esquecer a vontade de poder voar e me tornar um Piloto Aviador, nem que fosse como um Hobby e não mais como profissão. Em meados de 2007, recebi visita de um amigo e cliente, que sabia que Eu gostava de aviação, me falando a respeito da aviação experimental Ultraleve. Brinquei com ele dizendo que não gostaria de voar naqueles brinquedos feitos de tubos e pano, mas ele então me mostrou a sua aquisição, um Ultraleve avançado, o qual de imediato disse: “Isso não é ultraleve e sim um avião!” A partir daí vi que era possível retomar minha paixão por voar e foi o que fiz. Comecei a me familiarizar com os procedimentos de pilotagem, fiz aulas teóricas do PP no Aeroclube de Passo Fundo, relembrei tudo aquilo que estava latente e minha memória, prestei as provas teóricas para CPD, fui aprovado, fiz as aulas práticas, também fui aprovado e agora estou me encaminhando para o CPR. Hoje, proprietário de minha própria aeronave Ultraleve avançado – Conquest 180 – PU-JBG, digo cheio de emoção: realizei um sonho que ficou guardado, mas não esquecido, por 30 anos. A emoção de chegar ao hangar, ver a aeronave, fazer o cheque minucioso em solo, contemplar com olhos críticos toda e qualquer parte da aeronave, recheque sempre que necessário, fazer o brief, planejar o vôo, acionar motores, checar no ponto de espera, fazer a fonia e decolar, só quem tem esta experiência sabe do que estou falando. Não pude ser profissional do ar, mas levo muito a sério a doutrina aeronáutica que me foi e continua sendo passada, seja em artigos aeronáuticos especializados como na boa e eficaz conversa de hangar, sempre trocando experiências e ouvindo Aviadores mais experientes, porque a responsabilidade de voar vem acima de qualquer outro capricho. Tenho a agradecer aos parceiros do ar: Juarez Riva Vanz, meu Padrinho nesta empreitada, ao Alvair Antônio Luza (Bolinha) e Fernando Lodi, que começaram a talhar o futuro aviador, ao Diego da Escola Biruta e ao meu checador o Dr. Jason. Em especial, dedico a minha história a Naerton Luiz Rorato (Passarinho), Piloto Aviador, que teve muita paciência em passar seu conhecimento e doutrina aeronáutica a mim e que faço uso sempre que estou abordo de meu Conquest, pois como ele mesmo diz: “conhecimento não ocupa espaço”... espero continuar por muito tempo absorvendo estes conhecimentos, gentilmente passado a mim e aos colegas que compartilham de sua presença. Meu muito obrigado a todos e nos encontramos voando por ai, sempre com céu CAVOK. Alexandre Scheidmandel CPD UL AVA TER

Fonte: Abul

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