15/03/2019
A Embraer terá como foco em 2019 fazer uma transição suave após a venda para a Boeing. “Depois de meses de incerteza e especulação”, a empresa está “muito feliz” que a transação foi aprovada pela maioria dos acionistas, disse o vice-presidente financeiro, Nelson Salgado, em conferência com os analistas para a apresentação dos resultados do quarto trimestre e do ano de 2018.
Embraer: a fabricante de aeronaves apresentou em 2018 seu primeiro prejuízo em mais de dez anos (Germano Lüders/EXAME)
A fabricante de aeronaves americana acordou a compra de 80% da empresa brasileira por 4,2 bilhões de dólares, e a aprovação de 96,8% dos acionistas da Embraer aconteceu no último dia 26 de fevereiro, em assembleia extraordinária. O governo brasileiro também já havia aprovado a transação em janeiro.
O negócio ainda aguarda aprovação de órgãos reguladores de diversos países. A Embraer reafirmou nesta quinta-feira que todo o processo deve ser finalizado até o fim de 2019, mas que a transição terá impacto nos resultados do ano.
Salgado afirmou que, por conta da transição, o ano “será atípico” e o lucro não tão “brilhante”, com o Ebit (lucro antes de juros e impostos) devendo ter margem perto de zero.
O acidente com o Boeing 737 Max também não interfere na parceria entre as empresas, segundo os executivos. Um avião deste modelo, operado pela Ethiopian Airlines, caiu no último domingo, 10, deixando 157 mortos e fazendo países como Estados Unidos e China proibirem o uso da aeronave.
Nos dois dias após o acidente, a Boeing perdeu 4,2 bilhões de dólares em valor de mercado. No Brasil, a Gol, única que usa o modelo que caiu, viu as ações baixarem 2,6% no dia após a tragédia e decidiu suspender o uso da aeronave. “Não tem conexão com a Embraer e não afeta a parceria estratégica com a Boeing”, afirmou Salgado.
Fonte: Por Carol Oliveira exame.abril.com.br