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Por que é quase impossível pousar um helicóptero no Monte Everest?

17/01/2022

Todos os anos há uma equipe de resgate no campo base do Monte Everest, pronta para evacuar alguém em qualquer emergência. Muitos se perguntam: por que então não vão até o topo da montanha resgatar cada um dos corpos deixados lá?

A resposta a esta pergunta é até relativamente simples: porque é impossível pousar um helicóptero lá. Ou pelo menos, para quem quer arriscar a vida com manobras que podem entrar para a história, QUASE impossível.

Existem vários fatores que limitam a capacidade de um piloto de helicóptero voar até o topo do Monte Everest. Durante grande parte do ano, a montanha mais alta do mundo é bombardeada por ventos com força de furacão e temperaturas abaixo de zero. A título de comparação ventos precisam ter mais de 117 km/h para serem considerados um furacão, além de ter de ser de forma circular. Esta velocidade inicial é para um furacão categoria 1 (117 a 151 km/h). Um furacão possui ainda duas outras categorias: 1 (152 a 176 km/h) e 2 (177 a 208 km/h).

As tempestades de neve frequentes que atingem a montanha são fortes o suficiente para catapultar um objeto de gelo tão rápido que vai destruir metal. Este clima só da trégua algumas semanas por ano, que é a temporada de montanhismo. Mesmo quando as condições são “ideais” para o montanhismo, elas estão longe de serem perfeitas. Durante a temporada de montanhismo os ventos ficam mais “calmos” e atingem velocidades chocantes de até 120 km/h, forte o suficiente para ser categoria 1 de furacão.

Mesmo quando as condições são suficientes para o voo das proximidades de Lukla até o cume, o pouso pode potencialmente desencadear uma avalanche. A avalanche levaria tudo em seu caminho, incluindo quem estivesse tentando subi-la.

Foto: http://www.everestnepaltours.com/

Entretanto, esta não é a única próximos do cume do Monte Everest, mais rarefeito o ar se torna. Por volta de 8.000 metros acima do nível do mar, os níveis de oxigênio são em 33 % ao nível do mar. Lembrando que o Monte Everest possui quase 1.000 metros acima disso. Portanto, já para a altura de 8.000, o ar é tão rarefeito que a maioria dos helicópteros não consegue ter uma sustentação suficiente para voar.

Isso porque, lembrando, o funcionamento de um helicóptero depende do seguinte mecanismo: Quando o motor é ligado, a hélice principal gira e impulsiona o ar para baixo. O ar aplica na hélice uma força de reação para cima. A diferença de pressão gerada pela passagem de ar pelas hélices gera uma diferença de pressão e a união destes dois efeitos é o que faz o helicóptero subir. Com o ar sendo rarefeito, é necessário mais força do motor, para produzir o mesmo efeito.

Mesmo com todas estas condições adversas, coube ao piloto francês Didier Delsalle, a inacreditável façanha de pousar no cume do Everest com um motor extra potente. O feito aconteceu em 14 de maio de 2005. Após anos de planejamento e semanas de espera pelas condições perfeitas, Delsalle conseguiu o impossível e aterrissou no cume.

Não custa lembrar que este foi o primeiro e único pouso de helicóptero da história (O primeiro voo bem-sucedido e registrado de um helicóptero ocorreu em 1907). No vídeo no topo do artigo está o vídeo do pouso do Helicóptero.

Fonte: Luciano Fernandes / https://blogdescalada.com/

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