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Projeto de 3° aeroporto causa polêmica em SP

16/06/2010

Governo e empresas privadas concordam que São Paulo precisa de um terceiro aeroporto de grande porte com urgência. Porém, como viabilizar a construção se tornou um assunto polêmico porque primeiro é preciso definir o marco regulatório de como e por quem o novo aeroporto será administrado. A definição dos investimentos somente será possível após o anuncio de regras claras. As empreiteiras Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez apresentaram proposta ao BNDES anunciando interesse em construir e administrar um novo aeroporto em São Paulo, mas elas querem mudança no marco regulatório dos aeroportos, hoje administrados pela estatal Infraero. Para convencer o governo, as construtoras argumentam que o aeroporto ficaria pronto para a Copa de 2014. As empreiteiras querem que o futuro aeroporto internacional de São Paulo possa ser construído e operado pela iniciativa privada, seguindo o modelo de decreto assinado na semana passada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O decreto permitiu que o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, fosse objeto de concessão. A Camargo Correia lembra também que possui know-how na operação de aeroportos, por meio da Aporte. Citou que a Aporte é sócia da suíça Unique, que administra o Aeroporto de Zurique, na Suíça, considerado durante cinco anos o mais eficiente do mundo. Procurada, a Andrade não quis se pronunciar. Uma das áreas em estudo para o aeroporto seria a cidade de Caieiras, a 35 quilômetros da capital. O aeroporto teria capacidade para receber 22 milhões de passageiros por ano, a mesma movimentação de Cumbica, conforme estudo elaborado com a consultoria de uma empresa ligada à Boeing. A obra exigiria recursos de US$ 2 bilhões de dólares e a previsão é que não tenha participação pública. As companhias aéreas defendem a competição entre os aeroportos -sejam eles públicos, sejam privados. Argumentam que, mesmo sob gestão da Infraero, seria possível haver competição. Bastaria permitir a cobrança diferenciada de tarifas entre aeroportos. Hoje as empresas pagam a mesma tarifa para pousar ou decolar de qualquer local. Procurado, o Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias) não quis comentar a proposta das construtoras. No passado, a TAM chegou a defender o modelo privado. Se aceito, o projeto das construtoras pode quebrar o plano do governo federal, que incluía a construção da segunda pista no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, distante 90 km de São Paulo, e a construção do TAV (Trem de Alta Velocidade). O projeto do governo considera a receita que será obtida no trecho São Paulo-Campinas. Sem Viracopos, o fluxo de passageiros do trem fica mais comprometido. A tendência é que os consórcios interessados em disputar o leilão do TAV queiram obter garantias do governo de que Viracopos de fato se tornará um aeroporto de grande porte.

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