27/07/2012
A Infraero abriu a mostra “Risco da Fauna – O Perigo Causado pelos Animais à Aviação”, no Espaço Cidadania Ambiental do Manauara Shopping, em Manaus (AM), em parceria com o Sétimo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa VII), a Vara Especializada em Meio Ambiente do Tribunal de Justiça do Amazonas, as Secretarias Municipal e Estadual de Educação e outros integrantes da Comissão de Prevenção do Perigo de Fauna (CPPF). A exposição aborda as questões relativas aos riscos causados pela proliferação de fauna às operações de aeroportos, fatores que contribuem para o aumento do problema e medidas que os cidadãos podem adotar para redução do risco da fauna. Para ilustrar e esclarecer os visitantes, o espaço traz fotos e vídeos sobre o assunto, e também estão sendo realizadas palestras educativas para estudantes dos ensinos fundamental e médio, com destaque para a importância do descarte correto de lixo e os riscos gerados pelo acúmulo de resíduos em áreas impróprias no entorno do aeroporto. Outra ação da mostra será a realização de palestras para estudantes dos cursos de Biologia e Medicina Veterinária para mostrar como os futuros profissionais poderão atuar na elaboração e execução de medidas de manejo da fauna, auxiliando na garantia da segurança do tráfego aéreo. Os visitantes consideraram a iniciativa interessante e informativa. A professora Neice Sena, que já acompanhou outras ações de conscientização realizadas pelos órgãos que atuam na prevenção do perigo de fauna, destacou a importância da mostra. “Achei fundamental a exposição para educar as crianças sobre a questão do lixo. Também gostei da interação entre os órgãos que organizaram o evento, abordando um tema que não é muito divulgado na mídia”, pontuou. Programa “Fauna nos Aeroportos” A exposição “Risco da Fauna” em Manaus faz parte do escopo de medidas do programa “Fauna nos Aeroportos” da Infraero, que estabelece uma gama de ações internas e externas para o manejo de fauna e controle do perigo aviário nos aeroportos da Rede. Entre os trabalhos desenvolvidos, estão o monitoramento das atividades das espécies animais comuns nos sítios aeroportuários, a captura de animais e remanejamento para órgãos ambientais, o estabelecimento de convênios com entidades acadêmicas e ambientais para criar e executar planos de manejo de fauna e campanhas educativas para conscientizar as comunidades do entorno sobre a questão. Estas ações são aplicadas em toda a Rede, de acordo com as necessidades e contexto de cada terminal, e operam em caráter regular e permanente. Um dos exemplos de maior alcance do “Fauna nos Aeroportos” é o convênio da Infraero com a Universidade de Brasília (UnB) para criação e implementação de planos de manejo de fauna em aeroportos, que alcança dez terminais da Rede: Brasília (DF), Cuiabá/Várzea Grande (MT), Salvador (BA), Recife (PE), Maceió (AL), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Belém (PA), Guarulhos (SP) e Aracaju (SE). O convênio foi renovado por mais dois anos no final de maio, integrando Aracaju aos aeroportos contemplados pelo contrato. A importância do programa se deve à necessidade de manter a segurança e regularidade das operações aeroportuárias. A proliferação de aves perto de um aeroporto, por exemplo, aumenta os riscos de colisões de aeronaves com pássaros. Já animais terrestres podem interferir nas operações de pátio e pista ou invadir terminais de passageiros. Fatores como o acúmulo de lixo em locais impróprios no entorno de aeroportos influenciam também na proliferação da fauna. O “Fauna nos Aeroportos” tem como diretriz reduzir ao máximo o impacto causado às espécies animais que habitam os espaços em volta dos terminais, enfatizando métodos de captura e controle que não causem danos à fauna. As campanhas educativas também contribuem para que as próprias comunidades possam ajudar a reduzir os riscos sem prejuízos para o contexto ambiental da região em que estão inseridas. Resultados recentes do manejo de fauna Em 2012, vários aeroportos da Rede já apresentam resultados significativos em seus programas de controle de fauna. No Aeroporto de Joinville/Lauro Carneiro Loyola (SC), a Infraero concluiu em maio o projeto piloto “Céu Limpo”, trabalho pioneiro na Rede Infraero que realizou testes utilizando cães border collie treinados para afugentar aves das áreas de movimento operacional do terminal. Ao final do período de testes, que durou dois meses, foi observada uma redução de 46% na quantidade de pássaros no entorno. Até o final de 2012, a Infraero deverá renovar por mais um ano a utilização do método para avaliar a eficiência em longo prazo da medida e compará-la com outros programas de manejo de fauna, como a utilização de falcoaria. Um dos terminais da Infraero que aplicam atividades de falcoaria para o manejo de fauna é Aeroporto Internacional de Porto Alegre/Salgado Filho (RS). O Aeroporto Internacional de Belém/Val-de-Cans - Júlio Cezar Ribeiro (PA) também conta com um programa de manejo de fauna que utiliza gaviões na captura e afugentamento de aves. No Aeroporto de Teresina/Senador Petrônio Portela (PI), as atividades para captura e remanejamento de aves foram iniciadas em junho. Desde março, já são feitos trabalhos para o controle de felinos e répteis no entorno do aeroporto. Os animais de menor porte capturados são destinados a áreas de soltura definidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), sendo que felinos e pombos são enviados ao centro de zoonoses da região. Desde junho, já foram capturados 75 pássaros. O aeroporto também conta com trabalhos educativos nas escolas do entorno. Funcionários da empresa contratada para realizar o manejo de fauna realizam palestras e atividades com teatro de bonecos, tendo como público-alvo alunos e educadores, que conscientizam sobre o perigo aviário e ações que a comunidade pode tomar para ajudar a reduzir os perigos causados pela proliferação de animais na área do terminal. As medidas contam também com a distribuição de folhetos e histórias em quadrinhos para o incentivo à educação ambiental, e todas as escolas que completam um ciclo de palestras recebem o selo “Escola Amiga do Aeroporto”. “A ideia é fazer com que as crianças aprendam e espalhem também o aprendizado para colegas, pais e vizinhos, conscientizando o público a partir da própria comunidade”, pontuou o biólogo da Infraero Pedro Abe, que trabalha com o manejo de fauna em Teresina. Já o Aeroporto Internacional de Cuiabá – Várzea Grande/Marechal Rondon (MT), que iniciou as atividades de captura de fauna no terminal no segundo semestre de 2011, já contabiliza a captura de 105 animais, sendo 51 aves, 22 mamíferos e 32 répteis. Os animais são levados para o Centro de Triagem, onde permanecem em quarentena clinica. Após análise da equipe veterinária e parecer do Ibama, os animais são soltos em local apropriado para cada espécie. “Os trabalhos de manejo de fauna no aeroporto têm alcançado bons resultados graças ao profissionalismo das equipes da Universidade de Brasília e do aeroporto. Este trabalho garante a segurança operacional e o cuidado com o meio ambiente no entorno”, pontuou João Marcos Soares, superintendente de Cuiabá.
Fonte: Assessoria de Imprensa - Infraero
