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O combustível corresponde a 50% dos custos operacionais da aviação comercial.

13/10/2012

O combustível para aviação é um tipo de combustível fóssil usado em aeronaves. Ele é geralmente de uma qualidade maior do que os outros combustíveis, com menos aplicações críticas para o aquecimento ou transporte, e contém mais aditivos para reduzir o risco de congelar ou explodir em altas temperaturas, além de outras propriedades. A maioria dos combustíveis para aviação são derivados da gasolina usada em motores com velas de ignição como os motores a pistão ou Jet-A1(querosene de aviação) para motores a turbina a jato. Outros combustíveis alternativos foram usados experimentalmente, mas sem nenhum efeito satisfatório. O Avgas (Gasolina de avião em inglês) é vendido em pequenos volumes e usado em aeronaves pequenas enquanto o jet fuel (combustível de jato em inglês) é vendido em grandes volumes e operado tipicamente por aviões comerciais, militares e de grandes corporações. A Convenção Internacional da Aviação Civil, que entrou em operação em 1947, acabou com as taxas para os combustíveis usado em aeronaves. Austrália e Estados Unidos se opuseram mundialmente à tributação do combustível usado na aviação, mas um número de outros países expressaram interesse. O combustível de aviação é frequentemente é distribuído a partir de um caminhão-tanque, o qual se dirige aos aviões e helicópteros. Alguns aeroportos têm bombas de combustíveis similares às bombas que enchem os táxis-aéreos. O combustível de aviação transferido para a aeronave via dois métodos: debaixo da asa ou sob a asa. O abastecimento ocorrido debaixo da asa, é conhecido como ponto-simples, é usado exclusivamente para aeronaves grandes ou para combustível de jatos . O abastecimento ocorrido sob da asa é usado em pequenos aviões, helicópteros e toda aeronave de motor a pistão. O abastecimento sob a asa ocorre de forma similar ao abastecimento automobilístico – uma ou mais mangueiras de combustível são colocadas no avião como ocorre com uma bomba de combustível convencional. Para este tipo de abastecimento, uma mangueira de alta pressão é atachada e o tanque é cheio até chegar a 50 PSI. Neste tipo de distribuição de combustível entre tanques é automatizada ou controlada por um painel de controle localizado no cockpit da aeronave. Para reduzir riscos de confusão dos tipos de combustível, um número de medidas foram tomadas para distinguir o AvGas do Combustível de Jato, além de marcar claramente todos os contêineres, veículos, e bombas de combustível. AvGas pode aparecer nas cores vermelho, verde ou azul e é distribuído em bocais com um diâmetro de 40 milímetros (49 milímetros nos USA). A abertura para os tanques de combustível de aeronaves com motores a pistão não pode ser maior do que 60 milímetros de diâmetro. O Combustível de Jato necessita de um bocal chamado de “tubo J” que possui uma abertura retangular maior do que 60 milímetros de diâmetro, assim não pode se combinar com as bombas de AvGas. De qualquer forma, alguns jatos e aeronaves com turbinas, além de alguns modelos de helicópteros, necessitam de um bocal muito pequeno, fazendo, assim, com que o “tubo J” requeira um bocal menor para ser instalado na aeronave. AVGAS É usada exclusivamente em aviões de pequeno porte que possuem motores com ignição por centelha. As especificações de qualidade são determinadas pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), definidas pela ASTM. A gasolina de aviação (AVGAS-100) apresenta propriedades, requisitos de desempenho e cuidados diferenciados das demais gasolinas. Por conter chumbo tetrátil em sua composição, o seu uso é proibido em veículos automotivos. Em todo o processo de manuseio, transporte e armazenamento da AVGAS – 100 são usados equipamentos exclusivos para o produto, sendo o sistema periodicamente inspecionado para garantir que esteja meticulosamente limpo e isento de qualquer possibilidade de contaminação. O monitoramento constante do produto inclui a drenagem diária do tanque de armazenamento e das unidades abastecedoras, filtragem do produto antes do abastecimento (filtro micrômetro) e inspeção periódica dos respectivos filtros. JET A – 1 (QAV – 1) É o combustível usado nas aeronaves com motores a turbina, seja jato puro, turboélices ou turbofans. É produzido por fracionamento do petróleo, através de destilação a pressão atmosférica, seguido de tratamento, o que confere ao produto a qualidade adequada ao seu bom desempenho. A especificação brasileira do QAV-1 é determinada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), sendo compatível com o Aviation Fuel Quality Requirements for Operated Systems (AFQRJOS) for JET A-1. O JET A-1 tem como requisitos: permanecer líquido e homogêneo até a zona de combustão das aeronaves, ter poder calorífico o mais elevado possível, apresentar resistência química e física às variações de temperatura e pressão e ter boas características lubrificantes. Esses requisitos são cobertos por itens de especificação. Para garantir a qualidade do produto até a entrega ao consumidor final, a Petrobras desenvolve, desde 1987, o Sistema de Garantia da Qualidade do JET A-1 (SGQ), que abrange toda a cadeia de distribuição, ou seja, desde a refinaria, passando por terminais marítimos e terrestres, bases, depósitos de aeroportos, até o abastecimento das aeronaves pela BR Aviation. Empresas Que Operam no Brasil Atualmente o mercado de combustível para aviação no Brasil é bastante restrito, sendo controlado basicamente por duas empresas. Shell Aviation (Controlada pela Shell Brasil S/A) BR Aviation (Controlada pela BR Distribuidora S/A) *Algumas bibliografias apontam para existência de mais empresas operando neste mercado, como a ESSO Combustíveis, porem não consegui informações consistentes quanto á operação destas empresas. Curiosidades Resumidamente, podemos dizer que o “combustível” corresponde a 50% dos custos operacionais da aviação comercial, e que para conseguirmos popularizar a aviação comercial no Brasil, nossos governantes terão de buscar soluções que possibilitem a redução do custo das tarifas. Isso pode ser feito mediante uma maior abertura de mercado, permitindo a entrada de novas empresas (“nacionais” ou “estrangeiras”) no mercado de combustíveis para aviação, incentivo ao aumento da produção de combustíveis para aviação e até mesmo desoneração ou dando subsídio fiscal sobre o combustível para aviação. Este último exemplo já é feito em alguns estados brasileiros (Goiás e Mato Grosso) onde os governos estaduais reduzem a alíquota do ICMS sobre o combustível da aviação, política esta que tem surtido efeitos positivos. Esse exemplo é observado quando se analisa o crescimento vertiginoso dos voos nos aeroportos de Goiânia e Cuiba, inclusive com a transformação destes aeroportos em Hubs e centros de operações de muitas companhias aéreas. * A título de curiosidade, hoje, no Aeroporto de Palmas, o fornecimento de combustível para aviões é realizado apenas pela empresa BR Aviation, porém, segundo fontes não oficiais, a empresa Shell Aviation estará se instalando brevemente no Aeroporto de Palmas, então é aguardar para ver. Segue abaixo cotação dos valores dos combustíveis, por litro, em alguns aeroportos.

Fonte: BR Aviation

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